quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chega de “irmãos” – Eu quero amigos!


Chega de 'irmãos' – Eu quero amigos!A amizade é um tema pouco tratado no meio cristão. Pare e pense em quantos livros você já leu sobre amizade cristã. São raros. Estamos tão acostumados em chamar os outros de “irmãos” que esquecemos que também precisamos de amigos.
No começo até imaginamos que, se temos irmãos, logo, temos amigos. Todavia, no primeiro pântano da amargura, percebemos que falta-nos amigos que chorem com a gente e estendam a mão para nos tirar de lá. Como pastor, tenho percebido cada dia mais a necessidade que as pessoas têm de encontrarem amigos. Estão cercadas de “irmãos”, mas dificilmente encontram neles algum amigo. Estranho, não é? Por quê isso?
Às vezes, penso ser por causa da superficialidade que ronda o ambiente cristão em geral. Muitos estão apegados à costumes e gírias cristãs (ex.: A Paz, irmão!… Na bênção?!… E aí, bênção?!), que, em essência, não significam absolutamente nada, que não, demonstrar que um ou outro é cristão. Me perdoem, mas eu detesto estas gírias e costumes. Se algum dia me virem as usando, estejam certos que eu surtei, enlouqueci, ensandeci.
Por exemplo, eu sei que alguém é meu irmão quando ele chega para mim e diz: “A paz, pastor!”… Opa, imagino que esse seja meu “irmão na fé”. Ou, quando estou comprando algo, e a moça do caixa me diz: “Deus abençoe o senhor”, daí penso: essa também é minha irmã em Cristo. Cenas assim acontecem sempre. Aparentemente, tenho uma grande família de “irmãos” e “irmãs”, que não sabem onde eu moro, como me chamo, minhas tristezas, minhas alegrias. Às vezes penso que o jargão “irmão” é igual ao “companheiro” do PT. Se chama todo mundo de “companheiro” sem se pensar no que se está dizendo.
Creio que Jesus, com seu exemplo, nos ensina muito sobre amizade e companheirismo. Jesus decidiu cercar-se de pessoas que o trairiam, negariam, e abandonariam. Ele sabia de tudo isso. Mesmo assim, ele decidiu.
Jesus não ficou esperando que as pessoas viessem procurá-lo para uma amizade. Ele não esperou que alguém o notasse, que alguém puxasse papo, que alguém se preocupasse com ele. Antes, ele decidiu ir e notar, puxar papo, se preocupar com pessoas de dentro e de fora de seu convívio. Se você quer  ter amigos, vá e faça-os! Outro erro, é entendermos que amizade significa ter alguém que se preocupe com você. Totalmente anti-bíblico! Amizade significa você decidir se preocupar com alguém. Quando isso acontece, começasse uma amizade.
O cristianismo e a amizade cristã têm mais a ver com você dar do que receber, fazer do que esperar que façam, amar do que esperar que lhe amem, se preocupar do que esperar que se preocupem. A amizade cristã está sempre voltada para o próximo! Jesus disse que ele:
Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos … Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos... tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (Mc 10.45 e Jo 15.13-15)
Tendo estas palavras em mente, sejamos como Ele! Não nos esqueçamos que amizade cristã tem a ver em servir alguém hoje, e não esperar que alguém nos sirva. Saia! Sirva! Preocupe-se! Ame! Solidarize-se! Siga os passos de seu Mestre. Faça isso. Só não fique parado esperando que alguém se lembre de você e faça algo por você. Isso, pela graça de Deus, poderá ocorrer. Só não se esqueça que, amizade, aos olhos de Deus, tem mais a ver com o que você está decidindo fazer por alguém hoje (um telefonema, um passeio, uma conversa sincera) do que com o fato de ninguém estar se lembrando de você.
Chega de vivermos apenas como “irmãos”. Sejamos amigos, e verdadeiramente irmãos, de carne (pois comemos do mesmo “pão” que desceu do céu) e de sangue (pois estamos lavados e perdoados pelo, agora, nosso grande Amigo!).

Reflexão...Bom ânimo – só assim nos superamos

Nas últimas semanas estive desanimado. Nada me chamava a atenção, nada me motivava; nem igreja, nem trabalho, nem família. Vontade de ficar trancado em casa vendo o dia passar desapercebido carregando os problemas, que certamente voltariam na manhã seguinte.
Hoje estive lendo Atos 27. Não fui dedilhando a Bíblia a toa até cair nesse capítulo. Essa passagem já é bem conhecida e mostra o bom ânimo de Paulo fronte às animosidades e percalços da vida. Nessa situação em específico, ele estava preso, o navio que o levava para Roma estava prestes a naufragar, estava a dias sem comer e, ainda por cima, um anjo apareceu e trouxe a “boa nova” que era vontade do Senhor que ele fosse a julgamento diante de Cesar – para um homem, uma boa notícia seria a de que ele se livraria do barco e do julgamento. E mesmo em meio a tamanha situação, Paulo é o primeiro a se levantar e dizer “tende bom ânimo”.
É algo que preciso aprender e repassar. Quando estamos desanimados, não conseguimos tirar as coisas boas da situação e, por isso, não conseguimos enxergar uma saída. Mas quando nos animamos, temos uma perspectiva diferente e vamos em frente, encarando os problemas, sendo luz aos que também estão em desânimo.
Talvez você esteja lendo e pensando: “mas disso eu já sei, conte-me uma novidade!“. Porém nunca é demais repetir para que tenhamos bom ânimo (só na Bíblia versão Almeida Revista e Corrigida, a expressão “tende bom ânimo” aparece seis vezes) porque é com ânimo que nos superamos. Sim, nos superar! Porque muitas vezes nós somos a principal barreira entre o problema e a solução! Nos superemos ao procurar em nós mesmos erros que nos causam percalços; nos superemos ao calar nosso ego… a tanto em nós para superarmos! E é necessário ânimo, muito ânimo, o mesmo ânimo de Paulo, que não teve receio em ser luz, em ser inspiração, mesmo quando a realidade dele não era tão amigável.
Assim como eu preciso aprender, a cada dia, a me animar, existem muitos que também precisam. Porque nós somos humanos, nós desmoronamos. Mas o Espírito Santo nos inspira a nos animar e levantar e esse é nosso diferencial. Sacuda a poeira, diga um “até aqui me ajudou o Senhor” e bola pra frente, porque começou mais uma semana!

Quem é o culpado por nossos problemas? HUMOR

Existem situações em nossas vidas que perdemos as rédeas. São acontecimentos que parecem premeditados por alguém, que nos trazem tristezas, aborrecimentos, mágoas. Vida financeira que vai mal, ou a vida sentimental que não encontra a outra metade da laranja. Até mesmo nossa convivência na igreja pode ser afetada por diversos problemas ou fatores externos que não dependem de nossas atitudes.
Infelizmente o ser humano, ao invés de procurar o real motivo por seus problemas em si mesmo, procura culpar a outros por seus problemas. Culpa ao diabo quando cometem falhas, culpam a Deus quando algo inesperado acontece, culpam ao próximo para que suas próprias culpas fiquem apagadas. E a Igreja tem sua parcela de culpa nisso, pois vivemos a “teologia da tolerância”, na qual nós somente precisamos nos arrepender de nossos erros, mas não precisamos reparar os estragos cometidos por eles. É como alguém que rouba, que ao se arrepender, não precise mais devolver o dinheiro roubado.
Essa falsa teologia nos traz um problema. Se o ladrão arrependido citado começa a passar por alguma dificuldade, ele vai culpar os demônios ou até mesmo o pobre do vizinho por causa disso. Isso é muito mais fácil do que se lembrar de desfazer o erro cometido. “De que se queixa pois o homem vivente? Queixe-se cada um de seus pecados” (Lm 3:39) Esse versículo nos mostra que o homem pode se queixar de Deus, do diabo, do vizinho, mas antes, queixe-se de seus próprios erros e lamente por não os ter consertado. Talvez esse seja o grande culpado por seus problemas!
O homem prefere criar alegorias para culpar por seus problemas, evitando de julgar a si mesmos(ICo 11:31). É hora de parar de contar histórias, de se lamentar, de culpar a Deus como fez Adão(Gn 3:12). Hora de erguer a cabeça, de rever nossas atitudes, de revisitar erros antigos e ver o que o Senhor está querendo nos mostrar através de nossos problemas.
E já que estamos falando em culpa, decidi trazer a opinião de algumas pessoas sobre quem é o verdadeiro culpado pelos problemas delas. Veja o resultado:
Os culpados pelos problemas, na opinião do Bispo Macedo:
Os culpados pelos problemas, na opinião de um evangélico pentecostal da Portelinha:
Os culpados pelos problemas, na opinião de um teólogo chato:
Os culpados pelos problemas, na opinião de Hugo Chavez:
Os culpados pelos problemas, na opinião de um certo político que é a cara do Brasil:

Música “Deus das Causas Impossíveis” de Davi Sacer – Vídeo e Letra

O cantor Davi Sacer já está preparando seu novo CD solo, e no culto de terça-feira ele apresentou uma das novas músicas de seu novo CD. O nome da música é: Deus das Causas Impossíveis. Confira abaixo o vídeo do culto e da música.

Davi Sacer – Deus das Causas Impossíveis

Letra Deus das Causas Impossíveis – Davi Sacer

Desta vez parece que é o fim
O tempo se acabou não podes mais
É o que dizem, tentando me fazer parar
Não incomodes mais o teu senhor
Pois desta vez teu deus não te ouvirá
É o q dizem, tentando me fazer parar.
Mas eu não vou desistir
Pois sirvo ao Deus…
Das causas impossíveis, das horas mais difíceis
Em tempos de aflição, comigo estarás
O vale e o deserto, enfrentarei e vencerei
E todos saberão que sirvo ao deus das causas impossíveis
Tua palavra me sustentará quando força me faltar
Não importa o que vão dizer
Pois minha fé firmada está no deus
E ai, o que achou? Quem ai já está pronto para compra o novo CD de Davi Sacer em 2011?

Ocultismo, Pactos, e os novos Jovens… Se liga!

Vamos lá! Eu sei que esse papo de ocultismo,  pactos com o diabo e etc tem muita especulação, mas quando eu recebi esse vídeo e imagem do meu irmão, eu fique muito de cara.
Ao assistir o vídeo abaixo, eu pensei comigo: Pronto, mais um vídeo falando que os famosos vendem a alma para o diabo, pessoas achando coisas no clip e dizendo que é tudo para ocultismo e etc. Até ai beleza, mais lá para o final do vídeo, tem alguns artistas famosos dando depoimentos sobre como eles conseguiram a fama. Veja o vídeo abaixo.
Doidera não é? Galera, contra fatos não há argumentos, certo? Enfim, se a pessoa quer vender a alma ou fazer pactos com o diabo, tudo bem, a vida é dele e pronto. Está ai o livre arbítrio.
Como não bastasse esse vídeo, veja a imagem da cantora Kesha bebendo sangue de um animal em pleno show. O texto abaixo da imagem está em Kesha bebe sangue em palco.
Ocultismo, Pactos, e os novos Jovens... Se liga!
Já não bastasse Lady Gaga, agora mais uma artista pop faz ritual macabro em pleno palco. A cantora pop Kesha bebe sangue de um coração de um animal em pleno placo em um show na Austrália.
Rituais estão sendo cada vez mais realizados em pleno palco porque os ocultistas acreditam que quando mais pessoas estiverem presentes, mais energia eles estão ganhando dessas pessoas para esse ritual.
E agora José? O que eu quero mostrar com esse artigo, é que estão querendo dizer para nossa geração que é algo normal vender a alma para o capeta e ficar rico, bonito, ter mulheres, homens e etc.
E você que ouve essas pessoas, cuidado! Daqui a pouco estará recebendo mas mesmas influências, isso se já não está. Isso aqui é um alerta para educadores, líderes, pais e etc.
Eu sei que cada um faz da vida o que quer, mas eu não quero ver a minha juventude ou a do meu filho achando normal esse tipo de coisa.
Vamos divulgar esse artigo galera, muita gente precisar ver essas coisas. E para fechar o post, quero deixar a seguinte leitura:
Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.
Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.
Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra?
Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra?
Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!
Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas”.
Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela.
Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”.
Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas?
Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins.
Mateus 7 – 7:17

Especial Semana Santa - Meu último dia


JESUS NÃO MORREU NA SEXTA-FEIRA SANTA



Jesus o nosso "Cordeiro Pascal" morreu por nós no dia 14 de abibe

Em que dia morreu e ressuscitou Jesus Cristo?

Para a maioria dos cristãos a resposta à esta pergunta é: “morreu na Sexta-feira e ressuscitou no Domingo de Páscoa”. Porém não é tão simples assim. Examinando as Escrituras encontraremos a verdade sobre o dia da morte de Jesus na Cruz. O presente estudo tem como objetivo examinar uma série de textos bíblicos que nos fará entender melhor os fatos que envolveram a pessoa de Cristo com relação à sua morte e ressurreição.

Antes de analizarmos os pontos deste estudo quero deixar uma observação: Todo estudioso da Bíblia e todo teólogo responsável irá confirmar duas coisas: Primeiro - A Páscoa dos Judeus era comemorada no dia 14 de abibe ou nisã. Segundo - Após a Páscoa, do dia 15 de abibe ao dia 21 de abibe era comemorada a Festa dos Pães Asmos. No dia 15 de abibe era realizada a reunião solene ou seja um Grande Sábado ou Sábado Pascal. No dia 21 de abibe, outra reunião solene, outro Sábado Pascal. Conforme texto biblico de Levitico 23: 5-8

No mês primeiro, [abibe] aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do SENHOR; sete dias comereis pães ázimos. No primeiro dia [dia 15] tereis santa convocação [Sábado - feriado]; nenhum trabalho servil fareis; Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao SENHOR; ao sétimo dia [dia 21] haverá santa convocação [Sábado - feriado]; nenhum trabalho servil fareis.

Outra observação: Jesus só aboliu a lei dos mandamentos após sua morte na cruz. Antes disto cumpriu todos os preceitos da lei e todas as suas ordenanças.

O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. 1 Pedro 2:22

Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, Efésios 2:15

I- A PÁSCOA: SUA RELAÇÃO COM A MORTE DE CRISTO

Há uma estreita relação entre a antiga Páscoa judaica e a morte de Cristo. E não se pode analisar os fatos que culminaram com Sua morte sem se levar em conta a relação existente entre ela e a Páscoa que lhe serviu de sombra (Cl. 2:17).

1 - A instituição da Páscoa (Êx. 12:1-14; Dt. 16:6,16; Nm. 28:17,18): A Páscoa era celebrada no dia 14 de Abibe, que mais tarde tornou-se conhecido como mês de Nisã. Este era o primeiro mês do calendário hebraico (o que corresponde a março/abril do calendário atual). A data da Páscoa era fixa, diferindo da Páscoa cristã, pois esta correspondia à lua cheia do equinócio de inverno. A Páscoa comemorava a libertação do cativeiro egípcio. O cordeiro escolhido, para esse jantar familiar, deveria ser separado no dia 10 e imolado no dia 14, no crepúsculo da tarde. O décimo quinto dia, o primeiro dos festejos pascais era separado para o repouso (em hebraico “shabbat”), nele não se fazia nenhuma obra. Do décimo sexto ao vigésimo primeiro dia eram os dias dos pães ázimos (sem fermento); e no vigésimo segundo dia, observava-se um novo repouso (outro “shabbat”) (Lv. 23:8).

2 - Os elementos da Páscoa (Êx. 12:5): O cordeiro, a ser morto na ocasião da Páscoa, deveria ter um ano de idade e ser perfeito. Essa exigência divina no tocante ao cordeiro justificava-se por ser ele uma representação de Cristo, o Filho de Deus (Jo. 1:29). Ainda havia naquela composição: pão asmo e ervas amargosas. O pão da Páscoa precisava ser asmo ou ázimo, isto é, sem fermento, e não podia haver nenhum traço de impureza, significada pelo fermento (Êx. 12:18-20), pois prefigurava o Cristo (também sem pecado); e as ervas amargosas os sofrimentos de Israel, e o ministério de Jesus com suas aflições (Jo.19:17).
3 - A morte de Jesus e sua relação com a Páscoa (I Co. 5:7): Jesus, como o Cordeiro de Deus, é a nossa Páscoa e comemora a libertação da escravidão do pecado. Relacionada ao ministério público de Jesus, a Páscoa é algo determinante que faz coincidir, também, no mesmo dia e hora a morte de Jesus. O cordeiro da Páscoa era imolado à tarde do décimo quarto dia de Nisã e comido depois ao pôr-do-sol. Da mesma forma que o cordeiro pascal lembra a salvação da escravidão do Egito, Cristo, o cordeiro pascal, lembra a salvação do pecado.

II- A DETERMINAÇÃO DA DATA DA MORTE DE JESUS

Vamos agora descobrir o ano da crucificação de Jesus, tendo já descoberto que o dia da Sua morte se deu no dia 14 de Abibe, quando se comemorava a Páscoa.

1 - A profecia de Daniel (Dn. 9:24-27): O anjo explicou a Daniel que passaria 69 semanas proféticas desde a saída da ordem de restaurar e edificar Jerusalém até ao Messias, o Príncipe. Na profecia de Daniel, a palavra semana, segundo se entende no contexto, significam 7 anos. Tomando isso por base, faremos o cálculo para saber o tempo em que apareceria o Messias. Segundo as Escrituras, desde que se deu a ordem para a restauração de Jerusalém nos dias do rei Artaxerxes, que foi no ano 457 a.C. (Ne. 2:1), até o dia quando chegasse o Messias, passariam 483 anos (69x7 = 483 – 457 = 26). Este tempo cumpriu-se literalmente no batismo de Jesus, quando João o batizou no rio Jordão, iniciando, assim o seu ministério no outono do ano 27 d.C. Segundo a profecia, o Príncipe seria tirado (morto) no meio da septuagésima semana profética, ou seja, três anos e meio depois do concerto, o que se deu no ano 31 d.C.

2 - O ano da Sua morte (Lc .3:1-3): Lucas declara que João Batista começou a batizar no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, o imperador romano. Isso ocorreu 15 anos após o ano 12 d.C., quando começou a reinar com Augusto. Portanto, temos aqui o ano do batismo de Jesus, que se deu no ano 27 d.C. O ministério de Jesus foi de três anos e meio, o que somado aos 27, somos transportados ao ano 31 d.C. Sendo assim, temos o ano 31 como sendo o ano da morte de Cristo.

3 - O sinal da sua morte (Mt. 12:40): Há três palavras gregas para designar milagres: a) “teras”, coisa maravilhosa; b) “dunamis”, poder maravilhoso; c) “semeion”, uma prova ou sinal sobrenatural. Os judeus pediram um sinal para Jesus. Para confirmar a obra de Jesus, haveria o maior prodígio de todos. O tempo de permanência na sepultura foi dado por Jesus como o sinal da Sua messianidade. Esse tempo seria, segundo Jesus, de três dias e três noites. A analogia a Jonas serviu ao propósito de Jesus para apontar para Sua ressurreição.


III- O MINISTÉRIO DA ÚLTIMA SEMANA

Um cuidadoso exame dos textos bíblicos vai mostrar com suficiente clareza onde Jesus esteve em cada um dos dias da última semana de Seu ministério terreno. Entretanto, é oportuno esclarecer que os acontecimentos narrados nos evangelhos não obedecem a nenhuma ordem cronológica. A despeito disto, porém, é possível ordenar-se boa parte dos acontecimentos, inclusive porque a maioria ocorreu durante a última semana.


1 - Sexta-feira anterior à morte (Jo. 12:1; Lc. 13:22): Jesus saiu de Efraim e se dirigiu para Betânia. Isso ocorreu 6 dias antes da comemoração da Páscoa dos judeus. Isto significa que a referida saída ocorreu no dia 9. O percurso entre Efraim e Betânia não poderia ser feito senão em um dia comum de trabalho, em razão da distância, cerca de vinte quilômetros.

2 - Sábado anterior à morte (Lc. 13:10, 31-33; 14:1; 18:31-34; 19:1-5): Jesus ensina numa sinagoga. Neste mesmo dia vamos encontrá-lo participando de um banquete. De acordo com o costume judaico, o Senhor não teria prosseguido com Sua viagem no Sábado. No final daquele Sábado, Jesus foi informado de que Herodes procurava ocasião para matá-lo, e isso fez com que se retirasse dali com Seus discípulos para Jericó (Mc. 10:46,51-52). Porém, antes de sair, mandou dizer a Herodes que tinha uma agenda a ser cumprida, abrangendo três dias de intensa atividade e que só depois disso, seria consumado. Naquela noite, Jesus pousou na casa de Zaqueu, em Jericó.


3 - Primeiro dia da semana anterior à morte (Mt. 20:29; 21:1-11): Pela manhã do primeiro dia da semana, Jesus juntou-se à uma caravana de peregrinos vindo da região da Peréia, dalém do Jordão, e com eles entrou em Jerusalém, montado em um jumentinho. Nesse mesmo dia expulsou os cambistas do templo (Lc. 19:45,46). À noite, retirou-se para Betânia, onde pousou (Mc. 11:11). Chegava ao fim o primeiro dia da sua agenda de trabalhos mencionada em Lucas 13:31-33.

4 - Segunda-feira anterior à morte (Mt. 26:1, 14-16, 22): Jesus voltou à Jerusalém na manhã de Segunda-feira, dia 12 de Abibe, indo ao templo, onde ficou ensinando (os ensinos são os que estão em Mateus 21:23 a 25:46). Mateus registra que “daqui a dois dias é a Páscoa...”. E ele ainda acrescenta que é nesse dia que “o Filho do homem será entregue para ser crucificado”. Isto iria ocorrer no dia 14 de Abibe, numa Quarta-feira, o último dos 6 dias de João 12:1 e também o último dos 3 dias mencionados em Lucas. Ainda nesse mesmo dia Judas procurou o príncipe dos sacerdotes para combinar o preço da traição.

5 - Terça-feira anterior à morte (Lc. 22:17-19): Ao pôr-do-sol daquele dia Jesus mandou preparar o local dos preparativos da Páscoa que seria comido ao entardecer do dia 14. Jesus, porém, antecipou para a noite do dia 13 (Terça-feira), comendo assim a Páscoa com seus discípulos uma noite antes do normal. Depois levantou-se da mesa e lavou-lhes os pés (Jo. 13:1-17) e instituiu a Santa Ceia (Mt. 26:26-29). Logo após anunciou a traição dando um bocado de pão a Judas que saiu para chamar os soldados, “e era já noite” (Jo. 13:30). Jesus deu as últimas instruções aos Seus discípulos (Jo. 13:31 a 17:26). Depois saiu com eles para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto “e Judas, que o traia, também conhecia aquele lugar” (Jo. 18:1,2). Logo após, Judas chega com soldados, “a corte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio ali com lanternas, tochas e armas” para prenderem a Jesus. Os discípulos fogem, deixando Jesus sozinho. Ainda nessa mesma noite, Ele foi levado perante Anás (Jo. 18:3,12,13).



IV- O DIA DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS

Já pudemos observar que a última Páscoa comemorada por Jesus ocorreu no ano 31 d.C., e o cordeiro pascal, segundo as Escrituras, devia morrer exatamente no dia 14 do mês de Abibe. Vejamos agora em que dia ocorreu a morte do nosso Salvador.

1 - O dia da Sua morte (Lc. 22:66-71; 23:6-12; Jo. 18:39,40): Cedo, de manhã, na Quarta-feira, dia 14 de Abibe, Jesus foi levado da casa de Caifás para a audiência com Pilatos. Antes, passou pelo julgamento formal diante do Sinédrio. Pilatos enviou Jesus a Herodes. Herodes enviou Jesus novamente a Pilatos, que soltou a Barrabás (Mt. 27:15,16,26). Jesus é coroado, espancado e forçado a levar a cruz até o monte do Gólgota, onde é crucificado entre dois ladrões (Mt. 27:27-38), e desde a hora sexta (meio-dia) até a hora nona (três horas após meio-dia) houve trevas. Houve um grande terremoto e o véu do templo se rasgou em duas partes (Mt. 27:45,51). À hora nona Jesus expirou, e caindo a tarde, José de Arimatéia foi ter com Pilatos para pedir o corpo de Jesus. A seguir, com Nicodemos, prepararam o corpo para o sepultamento (Mt. 27:57-60; Jo. 19:38-42), e o sepultaram num sepulcro novo, ao pôr-do-sol. A partir daqui começam “os três dias e três noites”.

2 - A preparação dos Judeus (Mt. 27:62): Sendo Jesus crucificado na Quarta-feira, o dia imediato, Quinta-feira, era o dia chamado “o grande Sábado” (feriado judaico, Jo. 19:31); era o dia 15 de Abibe ou Nisã, o primeiro dia após o sacrifício do cordeiro pascoal. Este dia da preparação não era a Sexta-feira, mas sim o preparo dos judeus para a Páscoa (Mt. 26:1-5; Mc. 14:1,2). Esse é o motivo de Mateus não ter usado o termo “Sábado”, para não ser confundido com esse dia.

3 - O dia da ressurreição (Mt. 28:1): Mateus registra que “no findar do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana”, as mulheres foram ver o sepulcro de Jesus. É importante notar que o dia hebraico termina no pôr-do-sol. Portanto, fica evidente que Jesus ressuscitou no pôr-do-sol do Sábado, e não no Domingo pela manhã, como é ensinado por muitos. A ressurreição de Jesus teria de se dar no Sábado, ao pôr-do-sol, no momento exato quando se completariam os três dias e as três noites – no seio da terra.



Relembremos aqui o tempo:

Jesus passou na sepultura, as noites de: Quarta para Quinta; de Quinta para Sexta e de Sexta para o Sábado = três noites;

passou os dias de: Quinta, Sexta e Sábado o dia todo até o momento da ressurreição, no findar do dia, segundo as Escrituras = três dias.

Portanto, “três dias e três noites” ( Veja o diagrama abaixo ).





V- A HARMONIA DOS EVANGELHOS

Há textos que se apresentam como forte objeção ao assunto; porém, o estudo dos mesmos ajuda a entender essas coisas. Quando comparados uns com os outros: a causa justa aparece. Vejamos como se harmonizam os evangelhos.

1 - A preparação das mulheres (Mc. 16:1,2; Lc. 23:53-56): Lucas registra a preparação das mulheres antes do Sábado e Marcos depois do Sábado. Como se explica isso? É importante lembrar que aquela semana teve dois sábados: o Sábado pascal e o sétimo dia. O Sábado pascal era comemorado no dia 15 de Abibe (não importava o dia da semana em que caísse). Neste dia era feita a “santa convocação” (Lv. 23:6,7). Assim fica claro que as mulheres compraram as especiarias na Sexta-feira daquela semana, e que o escritor Marcos faz referência ao Sábado pascal, o qual ocorreu numa Quinta-feira, enquanto Lucas menciona o Sábado do sétimo dia da semana.


2 - A ressurreição no primeiro dia da semana (Mc. 16:9): A Bíblia, quando foi escrita, não tinha as divisões de capítulos e versículos, como tem agora, tampouco, a pontuação, pois os textos eram escritos à mão e em ordem seguida, mesmo sem separação de palavras. Por conseguinte, a vírgula que aparece logo após a palavra “semana” não foi colocada por Marcos. Porém quando a pontuação entrou em vigor, foi colocada de acordo com o pensamento da ressurreição no primeiro dia da semana. Entretanto, o texto precisa ser lido com a pontuação da seguinte maneira: “E tendo Jesus ressuscitado, na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios”. A referência do primeiro dia é então ao encontro de Jesus com Maria e não à ressurreição.